Revista Humanidades nº 62 |
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Revista Humanidades 65Este número 65 da revista Humanidades é dedicado ao debate necessário que se faz hoje diante dos ataques sistemáticos contra as instituições públicas de ensino superior. Portanto, é preciso o exercício da crítica para reafirmar a disposição de reagir e fazer valer os compromissos com o saber e o valor da vida de que se nutrem as universidades públicas. São essas reflexões que estão em cada artigo publicado nesta edição de Humanidades, como uma tarefa de disponibilizar ao público leitor estes textos, listados a seguir, como memória da resistência e em nome do bom combate pelos valores e pelos princípios que regem a universidade democrática:
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Revista Humanidades 60
Quem não viu o filme invictus, dirigido por Clint Eastwood e estrelado por Morgan Freeman, no papel de Nelson Mandela, talvez tenha perdido oportunidade ímpar de conhecer quão relevante pode ser o esporte na vida política de uma nação. No filme, Mandela inscreve uma partida decisiva de um campeonato mundial de rugby na estratégia de unificação da África do Sul, pós-Apartheid, ao estimular os atletas da equipe nacional, composta por uma maioria de brancos, a conquistar a vitória em uma situação deveras adversa. Aquela película nos dá uma dimensão múltipla da relevância que pode ter o esporte na sociedade: cooperação entre pessoas no trabalho em equipe, conciliação de conflitos de convivência entre grupos diferentes, antagonismos de interesses e racismo e superação de obstáculos políticos, além da lição política que o eminente estadista sul-africano oferece a todos e que tão pertinente é neste momento brasileiro. Essa introdução realça uma das motivações para o tema escolhido para o número 60 da revista Humanidades, que ora colocamos à disposição de vocês. Uma segunda justificativa dessa temática nos parece evidente: o interesse que o esporte desperta para o olhar acadêmico, num período em que se realizam no Brasil megaeventos de dimensão internacional e mundial, em particular a Copa do Mundo de Futebol neste ano, os Jogos Olímpicos e os Jogos Paralímpicos em 2016, e, em 2019, a Universíade, que será sediada pela Universidade de Brasília. Como se constatará, reunimos articulistas com um perfil de conhecimento amplamente diversificado para abordar temas polêmicos, em um momento em que o assunto esporte apaixona e ocasiona conflitos e tensões entre pontos de vista na atualidade nacional. A intenção com esse enfoque foi apresentar uma panorâmica temática e holística sobre as variadas dimensões do esporte, incluindo uma reflexão sobre as suas dimensões sociais. Saúde preventiva e curativa, rendimento e resultados, envelhecimento saudável e educação pelo esporte, entre outros, são temas que compõem um painel multifacetado de aspectos mais voltados para a prática do esporte. Gestão, economia, exploração e relações de trabalho, marketing, educação esportiva, internacionalização, violência, arbitragem, e ́tica e política completam esse painel, com instigantes abordagens de especialistas que colaboraram para esta edição especial. Página anterior Vitor Hugo dos Santos comemora a conquista da medalha de prata no Mundial de Menores de Atletismo. 14 de Julho de 2013. Donetsk, Ucrania. Ao leitor, formulamos o convite para aprofundar sua visão sobre as ideias, polêmicas e questões aqui expostas como contribuição para um repensar sobre o papel do esporte na sociedade brasileira, na antevéspera da maior competição esportiva mundial, que se realiza em nosso país, a Copa do Mundo de Futebol. Não é preciso fazer um filme para mostrar o quanto o futebol faz parte inconfundível da cultura brasileira. Nesse caso, comportamentos e sentimentos falam por si: é o esporte preferido das massas, sua atividade de lazer predileta dos finais de semana e objeto das conversas que entusiasmam a todos em ocasiões como a da escolha dos atletas para a seleção nacional. Além disso, o futebol constitui um setor chave da economia e de mercado de trabalho. E, mais ainda, nossa seleção e ́ pentacampeã mundial! Certamente, não conseguimos unir todas as opiniões em torno de uma Copa do Mundo, pois a diversidade de pensar caracteriza as democracias, em sua pluralidade de posições políticas. Mas, além da torcida entusiasmada pela conquista do hexacampeonato, entendemos que a população brasileira deve dar uma mostra de sua maturidade, garantindo uma Copa sem violência e passando ao mundo a nossa indignação contra toda forma de racismo. Cláudio Menezes e Paulo Henrique Azevêdo editores de Humanidades Download gratuito - Páginas simples (PDF) |